Psicologia e Saúde do Trabalhador II - As diferentes psicologias aplicadas ao trabalho

Jonas Araujo de Avila Campos
Marcelo Donizeti Dearo Menato
Ellika Trindade

No artigo anterior, falamos um pouco do significado do trabalho para o indivíduo, e as suas implicações para a sua saúde como um todo. Neste texto faremos uma breve exposição das características que diferenciam a psicologia organizacional, a psicologia do trabalho, e a psicologia na saúde do trabalhador. A psicologia organizacional teve início no pós guerra com Lewin, com o intuito de identificar as melhores pessoas para o campo de batalha. Aplicado à empresa a psicologia organizacional passou a ser utilizada no recrutamento do melhores funcionários para cada tarefa específica, considerando suas capacidades de executar o trabalho. Na psicologia do trabalho o foco volta-se para a saúde ocupacional, analisando o ambiente de trabalho, e priorizando a diminuição dos fatores de risco para a saúde dos trabalhadores. A grande mudança desta visão para a saúde do trabalhador está no tratamento com o indivíduo. O profissional deve considerar os efeitos do meio ambiente do trabalho no indivíduo, pelo indivíduo, e não por uma capacidade média calculada para as pessoas. Neste ponto a psicologia na saúde do trabalhador trata a pessoa como um organismo único com suas experiências individuais de sucessos e fracassos, de amor e ódio, e que tem sua medida própria de desconforto.
Os riscos tornam-se, então, associados. Não existe o ambiente perfeito e não existe o risco zero, mas existe a possibilidade de escuta do trabalhador, permitindo que muitas vezes a própria pessoa participe da avaliação e criação de propostas para a melhoria do seu trabalho. Há uma expressão que diz: funcionário feliz, patrão sorridente! A psicologia na saúde do trabalhador prioriza a obtenção gradual de qualidade de vida. Para explicar o que é qualidade de vida, recorremos à definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), que é caracterizada pelo "bem estar biológico, psicológico e social". Biológico na relação de satisfação do indivíduo com o seu corpo (ausência de dores e/ou doenças), psicológico, na satisfação consigo mesmo (no modo de pensar a si próprio), e social, na satisfação que tem em se ver inserido nos grupos, familiares, profissionais, religiosos etc.
Hoje em dia o governo e as empresas dão grande importância ao Produto Interno Bruto (PIB) o que consideram como medida de valor do país para as relações internacionais, mas temos que pensar atualmente em um novo produto, a Felicidade Interna Bruta (FIB). Em época de catástrofes ambientais e pensamento ecológico de preservação, talvez seja a hora de aprendermos a preservar os seres humanos. Uma ação trabalhista pode ser o fim de uma empresa ou o início de uma escuta que propiciará novos ganhos, onde produtos sem mácula (manchas de sangue) poderão disputar mercado com os produtos internacionais. No próximo artigo, discutiremos um pouco sotre o stress e suas implicações no ambiente do trabalho. Não percam, e até a próxima!

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